segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Os neurônios que moldaram a civilização

http://www.ted.com/talks/lang/por_br/vs_ramachandran_the_neurons_that_shaped_civilization.html

Fantástica palestra de Vilayanur S. Ramachandran sobre o cérebro e suas conexões, enfatizando que a rede neural transcende a barreira física de nossos corpos!

São diversas as maneiras que nos conectam uns aos outros, uma rede altamente intrincada de encontros de tudo com todos!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A direção do amor

"Às vezes não existem palavras que estimulem a coragem. Às vezes é preciso simplesmente mergulhar. Tem de haver em algum ponto da vida de um homem um período em que ele confie na direção que o amor o levar, em que ele tenha mais medo de ficar confinado a algum leito rachado do rio seco da psique do que de estar solto num território exuberante porém inexplorado. Quando uma vida é excessivamente controlada, cada vez há menos vida a controlar." - Clarissa Pinkola Estés

sábado, 13 de novembro de 2010

Pausa para Respirar!

Pausa para respirar from OPOVOEMPE on Vimeo.


Intervenções importantíssimas para tirar do automático e provocar reflexão!

Que isso cresça e floresça cada vez mais!

Parabéns aos performers - OPOVOEMPÉ - belíssimo trabalho!!!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Reduzindo impactos dentro e fora do ser

Importante reconhecer nossos limites... sim, é claro que podemos nos esforçar para alcançar as mudanças e sempre fazemos isso quando de fato decidimos mudar algo, mas as vezes se faz necessário um esforço maior.
Porém, as vezes não queremos nos esforçar tanto por algo, já que são tantas coisas à decidir o tempo todo, tantas outras prioridades.
Vejo um bom caminho pela flexibilidade, se uma mudança puder ser flexibilizada, porque não?

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Uma Belíssima definição de Deus

“Nos olhamos com perplexidade a parte mais alta da espiral de força que governa o Universo. E a chamamos de Deus. Poderíamos dar qualquer outro nome: Abismo, Mistério, Escuridão Absoluta, Luz Total, Matéria, Espírito, Suprema Esperança, Supremo Desespero, Silêncio. Mas nós a chamamos de Deus, porque só este nome – por razões misteriosas – é capaz de sacudir com vigor o nosso coração. E, não resta dúvida, esta sacudida é absolutamente indispensável para permitir o contacto com as emoções básicas do ser humano, que sempre estão além de qualquer explicação ou lógica.” - Nikos Kazantzakis

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Um pouco sobre o paisagismo de Santo André

Há tempos tenho pensado em postar algumas coisas das quais me orgulho de ter participado e que hoje em dia me entristece olhar e constatar os rumos tomados...
Em setembro de 2008, escrevi aqui sobre a importância dos fragmentos florestais e citei um dos aspectos contemplados no paisagismo da cidade de Santo André, o post tá aqui!
O que me fez sair do plano das idéias para o mundo das ações no caso específico deste texto foi um micro post que fiz hoje no facebook: ¨Caminhando por pontos altos de minha cidade, subindo viadutos e passarelas num bonito fim do dia pensei, o quanto é privilegiada a vista por cima da copa das árvores, ainda mais quando a diversidade está contemplada! Dá para entender a alegria dos passarinhos que sobrevivem na floresta cinza....¨
Daí, pensei então: Já chega de adiar esse desabafo né!?, bora ampliar este post... aqui estou!
Então para contextualizar o dito acima, precisamos retornar ao ano de 2002... onde eu e mais uma galera boa (boa parte de estudantes e pesquisadores do Instituto de Botânica de SP e outras importantes instituições de pesquisa e ensino) fomos selecionados para um projeto chamado ¨Tudo em Volta¨, da cidade de Santo André, que visava dentre vários objetivos, conectar a educação do munícipio com as mudanças paisagísticas e ecológicas da região, uma parceria entre a Secretaria de Serviços Municipais (mais precisamente o DEPAVE - Departamento de Parques e Áreas Verdes) e a Secretaria da Educação.
O projeto funcionava como sistema e vou tentar explicar abaixo:
1.Conexão com outro projeto genial, chamado ¨Santo André Cidade Botânica¨ - a idéia principal era ao invés da cidade possuir um jardim botânico, a cidade ser o jardim! Para isso, uma grande equipe de engenheiros agrônomos, civis, arquitetos, técnicos de várias áreas e os jardineiros trabalhavam como uma grande equipe coesa para a implementação da idéia, era fácil observar a paixão da maioria no fazer de tudo isso...
- Santo André tem um viveiro municipal, muito bem localizado (por questões ambientais mesmo) e que tinha (não sei como está hoje em dia..) um estrutura de produção de espécies interessante!
Lá eram feitas as reproduções das plantas de médio e grande porte para a cidade, o melhor? - grande parte da produção era de árvores nativas de mata atlântica que minimamente teriam e tem a nobre função de alimentar algum ser vivo que insiste em sobreviver por estas bandas... pássaros, morcegos, insetos e outros... Neste espaço experimentar era possível e apoiado, muitas plantas foram produzidas pela curiosidade de alguns agronômos que recolhiam sementes florestais de mata atlântica e estudavam sua germinação, produção em escala e quando tudo dava certo -> cidade!
- Outro fator muito importante que foi considerado foi a organicidade e funcionalidade das formas dos espaços, trocando em ¨miúdos¨... locais como canteiros, praças, morros, parques, calçadas, quando desenhados os croquis da intervenção, os técnicos e especialistas do assunto consideravam a topografia como elemento funcional para a absorção das águas das chuvas, pois se você pegar um terreno e terraplanar, com bem pouca chuva terás um charco, afinal a água não tem para onde escorrer, quando este satura, encharca e ainda o peso da água ajuda a compactar o solo... furada! Porém, se o terreno é cheio de ondas, curvas, morrinhos e tals... você ¨obriga¨ a água passear pelo solo, que encontram naturalmente os canais de infiltração e no máximo terás alguns pequenos pontos de alagamento se a chuva for bem forte.
- Um ponto interessante desta concepção era o de ¨ajudar¨ os moradores da cidade à se integrarem a este ambiente, sendo assim as calçadas, praças e canteiros tinham seus caminhos traçados no meio da vegetação, ao contrário do que se vê nas cidades (os caminhos sempre estão nas regiões periféricas - do lado de fora da praça, canteiro e tals...) assim, acabamos nos habituando em andar nas ruas olhando para carros e prédios; no caso desta mudança, os caminhos que as pessoas precisavam trilhar era cercado de plantas ornamentais (com flores de variadas cores, formas, cheiros, funções) e frutíferas de ambos os lados (quando tinham os lados...). Tudo em Volta, de novo... Quanto as herbáceas (aquelas plantinhas pequeninas que podemos utilizar para forrar o solo, e algumas podemos até chamar de forrageiras), sua produção era feita nas próprias praças, afinal uma característica importante deste tipo de planta é a capacidade de ¨forrar¨ o solo, portanto em um curto período de tempo, o solo da praça era tomado por tais plantas e aos poucos adensavam; chegavam os jardineiros, retiravam uma parte daquelas plantas e as plantavam em outra praça, calçada e etc... as que ficavam, rapidamente cobriam a clareira formada e assim as praças se tornaram viveiros funcionais na cidade (e não dá pra dizer que é um projeto permacultural?).
- Os jardineiros, antes conhecidos como frente de trabalho, ganharam mais uma qualificação, aprenderam a cuidar de jardins, tornaram-se jardineiros - fundamentais na execução e manutenção do projeto (o que aconteceu à eles agora?) Soube de alguns que já tinham carta livre para desenhar algumas praças com total confiança de seus supervisores, bravo!

2. Transformação arquitetônica e paisagística das escolas da rede municipal - O ¨Tudo em Volta¨ era um projeto de sentido de palavra... uma das ações aplicadas nas escolas era a pintura geral da escola utilizando cores, muitas cores, de maneira harmônica e alegre, os espaços ganhavam vida! Outra implementação era a derrubada de muros, ou parte deles para a colocação de alambrados que proporcionavam limite ao espaço escolar, porém sem a idéia de fortaleza, local não bem vindo de qualquer indivíduo não escolar.. a idéia? Integrar a escola ao ambiente inteiro e integrar o ambiente à escola (Tudo em Volta começa a fazer sentido, não?!). As escolas eram reformuladas paisagisticamente, onde plantas que estavam sendo introduzidas nos espaços da cidade (praças, canteiros, parques, calçadas) também entravam nos espaços da escola, além da construção de coleções botânicas na própria escola, onde os professores que interagiam com o projeto (via Secretaria da Educação) assumiam tais espaços como recursos didáticos em seus projetos, disso nasceram mini orquidários, hortas, terrários, eleição de árvore símbolo da escola (tal árvore de fato existia na escola) entre outras coisas...

3. Parque Escola - local onde tive meu primeiro contato prático com a permacultura, porém não se utilizava este nome, pelo menos pelo doidão que eu tomo a liberdade de nomear como grande cabeça desta história toda, um Arquiteto Paisagista que facilmente atribuo como Metarecicleiro, Permacultor e Botânico, pelo menos... sem dizer que era doidão mesmo, no bom sentido é claro! A experiência de trabalho com ele, para a maioria dos que viveram este momento (daquela galera boa da qual falei acima) foi genial e certamente inesquecível. O Parque Escola foi recriado por este figura com base em reaproveitamento de materiais locais de todos os tipos (troncos de árvores mortas, vidros de ônibus velhos, containers da construção civil, calhas do tamanduateí, paralelepipidos (retirados das ruas da cidade para o asfaltamento), madeiras, telhas, calhas... foram tantos, tantos materiais que não caberia nomear todos, mas não poderia esquecer de um grande alambique que ganhou função de armazenagem de água da chuva! Com tudo isso em mãos vários espaços interessantíssimos foram construídos num desenho orgânico, sistêmico e belo!
- Citando uns espaços (obs. no caso abaixo, toda palavra que acabar com ¨ário¨ quer dizer coleção): Bromeliário, Orquidário, Insetivorário (mais conhecido com carnivorário, ou plantas carnívoras), Cactário e Suculentário, Horta Orgânica, Horto de Medicinais, Bosque, Biblioteca, Espaço Multi-Uso (oficinas de arte), Carpoteca, Estufa, Auditório, Esporo Metareciclagem.
Este espaço concentrava os multi profissionais, afinal dividia espaço com o DEPAVE, então a troca e a aprendizagem era fator intrínseco no nosso dia a dia, aliás os educadores (biólogos em sua grande maioria) sempre estavam envolvidos nos trabalhos de campo dos agrônomos e jardineiros de alguma maneira, fosse identificando espécies, fosse dando aulas de jardinagem para a comunidade (as práticas sempre eram plantar algum jardim da cidade!), coletando amostras de bromélias para controle de dados da dengue, enfim trabalho à fazer na cidade nunca faltava e essa miscelânia de projetos, objetivos e profissionais davam um gosto mais que especial ao ¨Tudo em Volta¨.

Foto do Cactário - Fonte: Marcus Corradini - http://marcuscorradini.blogspot.com/2008_07_01_archive.html

- Um dos focos do Parque Escola no Projeto Tudo em Volta era o de receber as escolas (principalmente da rede municipal, que estava inserida no contexto integral do projeto) para o que chamávamos de ¨Aula Passeio¨. Nestes encontros, os educadores ambientais desenvolviam coletivamente com os alunos uma busca por um olhar mais apurado para o que estava acontecendo na cidade, a importância disso, a correlação com a questão ambiental, enfim trabalhávamos com a leitura da paisagem em suas diversas facetas e metodologias para integrar as crianças (na sua maioria) à Tudo em Volta, vislumbrando com isso uma ¨sensibilização¨ pelos moradores da cidade e de outras também é claro!

Fatos, dados, idéias fantásticas destes projetos certamente eu não citei, para isso teria que me dar ao prazer de escrever um livro sobre a história, pena ter tão pouco registro dessa história! Isso é apenas um resumo do resumo do resumo...

Possivelmente alguns leitores deste post irá perguntar: Tá, tudo isso, mas onde entra a reflexão de hoje, em cima de um viaduto contemplando copas de árvores, onde está o manifesto?! rsrsrsr

O que acontece é que em algum ponto, onde o essencial, necessário, útil, dá lugar ao imediatismo ou para ser mais precisa, à política do ego!
Foi só mudar a administração da cidade, para ver o Tudo em Volta ir por água a baixo...
Todo o esforço dos jardineiros (frente de trabalho, arquitetos, biólogos, agrônomos, engenheiros) tem sido arrancado dos espaços verdes para a substituição das gramas da empresas terceirizadas...

A fauna que retornou à Santo André pela diversidade verde antes criada, vai ter que procurar outro lugar para alimentar-se...
Coisas absurdas, como corte (sem nenhuma razão) de plantas de médio e grande porte pela metade, deixando um aspecto de abandono, feiura... sem dizer que as plantas que antes existiam, imitavam o aspecto visual da nossa flora brasileira (alguém já viu algo parecido em nossos ecossistemas com as praças gramadas com árvores distantes umas das outras?).
As forrageiras tinham outras funções que a grama não pode agregar, sendo uma delas a de esconder a sujeira da cidade, na época em que estes espaços existiam, pouco se via de lixo, as plantas as escondiam (o efeito de local limpo, favorece a limpeza - vide Curitiba e metrôs), agora com a grama aparadinha... muito lixo a vista!
Também ocorria que estas forrageiras (de espécies diferentes) faziam uma recomposição de alguns nutrientes no solo, quando suas folhas secavam e se agregavam ao solo...
A grama aparada e posteriormente ¨varrida¨, não pode nutrir a terra...

E porque tudo isso? Porque nós, moradores deste local não fomos ouvidos? Porque não quiseram saber o que pensávamos sobre o verde da cidade? Se nos apropriamos à ele ou não?, afinal na época do projeto, muito se ouvia da comunidade coisas como: a cidade tá mais verde, a cidade tá mais bonita, mas não sei porque....
Pessoas se manifestando contra essa ignorância municipal coletiva, tem! ah sim
Mas continuamos não sendo ouvidos, ouvidos?, quem ouve?

Eu ouço os passarinhos, que dia após dia, reunem-se em assembléia em copas de árvores floridas de Santa Terezinha para comunicar a vida e me inspirar para quem sabe um dia discorrer alegrias!

Depois do micro post do facebook, um macro post por aqui, finalizo deixando um link com uma sátira mais que inteligente sobre árvores voadoras, que veio muito a calhar com a inspiração causada pela observação das copas dar árvores...

http://veja.abril.com.br/blog/denis-russo/clima/o-ataque-das-arvores-voadoras/

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Mantendo a conexão!

Músicas como essa, conseguem acessar estados da alma num acesso rápido e certeiro.
Bate como um tambor, ritimado com as batidas do coração!



Música de Marlui Miranda
http://cliquemusic.uol.com.br/artistas/ver/marlui-miranda

Symphony of Science - 'We Are All Connected' (ft. Sagan, Feynman, deGras...

Do que me emociona!



tem mais esse: 'The Unbroken Thread'



É estimulante observar o poder que a ciência tem, em movimentar no fundo de mim, emoções impossíveis de traduzir em palavras... só sentido mesmo!
Agora, una a ciência à arte - certamente uma combinação rica e de um poder certeiro de possibilitar aprendizagem a partir de um estado de maravilhamento!
Neste caso, ciência com ciência - arte com arte...
"A ciência da música, a arte da ciência!"

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Magia!!!

Há pessoas que passam em nossas vidas com a importante missão de curadores.
São como bálsamos para feridas difíceis de cicatrizar, ou então nos fortalecem nos ritos de passagens, mudanças de ciclos. Outras vezes contribuem com energias renovadoras, nos ajudam a enterrar aquilo que não mais nos serve... enfim, existem seres mágicos que passam em nossos caminhos para serem especiais e muitas vezes, nem sabem disso!!!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Simplesmente, Vida!

Acabei de me lembrar de uma cena que ocorreu ontem a caminho do trem...
- Para chegar a estação da cptm "Prefeito Saladino" (Santo André), necessário atravessar a Av. do Estado pela passarela, ou se arriscar a atravessar no susto...
bem, em um dos lados da passarela haviam dois cachorros, que eu, com minha visão míopi sem óculos já até confundi um deles com um rotwailler... enfim.. eram dois!
A principio, meio "indecisos" em atravessar a movimentada avenida, mas eis que um deles "decide" subir a passarela, e o outro, olha a avenida mais um pouco e decide seguir o companheiro!
Eu achei a cena fantástica, olhar e ver dois cachorros, lá em cima atravessando a passarela...
me arrancou um sorriso largo que durou o dia, depois pensei: Fantástico como encontramos a felicidade nas coisas mais simples!
Fico feliz por desenvolver esse olhar a cada dia, o tempo todo. O que também é algo simples de fazer, basta olhar a vida dentro e olhar que há vida tudo em volta!
Ah... a presença em si é fundamental!

Outra cena fantástica foi a plenária de pássaros no fim do dia em um movimentado Ligustro de Santa Terezinha... todos pássaros presentes, aglomerados e cantando suas histórias de fim do dia!

Aiii que coisa boa!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Seiva da Vida!

Voltando de Sampa hoje, depois de longo tempo saltando de condução a condução... precisei dar uma paradinha no banheiro da estação de trem "Tamanduateí".
Para quem gosta muito de beber água há de se confrontar com alguns obstáculos...
Se você beber água, na quantidade que os meios de saúde recomendam e que goste, precisará de um banheiro para concluir a filtração de seus fluidos intracelulares... resumindo em miúdos.. fazer xixi.. e vontade de fazer xixi não é tão controlável quanto a vontade de beber água!
A questão é que se ficarmos permanentes em algum local de trabalho ou em casa, ok! é só ir ao banheiro... porém, se precisares se locomover entre um ponto e outro... possivelmente terás um problema, afinal a tal vontade de ir ao banheiro poderá surgir em momentos em que o tal "toalete" não existe, ou então se existir.. é "impraticável..."
Eu já me questionei, e hoje repeti este questionamento do porque cada estação de trem, de metrô, e estações de ônibus não possuem banheiros "praticáveis (vide o significado nas últimas aspas!).
Nâo é o caso do banheiro do Tamanduateí, apesar de ter uma única privada.. está sempre "limpinho" e organizado! Mas quando cheguei e fui lavar minhas mãos, vi que a torneira estava vazando...
Eu, mirando aquela água limpinha se esvaindo pelo cano do esgoto, paralisada pela minha impotência momentânea, depois de algum tempo de surto pensei:
- Como podemos, nós cidadãos de um planeta em crise mundial de água, seiva esta que gera vida, responsável pela conexão real de todos os seres e elementos da terra, podemos encarar um vazamento de água com tanta naturalidade?, já se foi o tempo em que isso poderia soar como corriqueiro!
Mas de fato temos um problema grave de água, num ponto em que hoje pagamos para tê-la com qualidade, isso levando-se em conta um país riquíssimo em recursos hídricos!
Como podemos deixar escorrer por entre os dedos nossa seiva da vida?, em tempos de crises, em tempos em que não somente se fala, mas se vive, experencia o êxodo da água, a guerra da água!
Como podemos?

Devíamos ter princípios básicos para o uso e economia da água desde que nascemos, e as instuições públicas (as quais já flagrei incontáveis vezes) deviam ser multadas pelo mínimo de água desperdiçada!

E nós, cidadãos comuns do cotidiano não deveríamos deixar isso no silêncio!

Pode até soar estranho algumas das coisas que vou dizer, mas penso que além de precisarmos de Cuidar da Água, de Nos Cuidar com Água, e de poder beber água limpa sem que precisemos consumir água engarrafada (veja o vídeo nesta página), também precisamos de banheiros limpos e disponíveis em nossos caminhos para que o ato de Cuidar de Si (fazer xixi) não seja adiado ou interrompido!

Agora, a conexão entre vazamento de água, crise da água e fazer xixi é simplesmente a "água"..rsrsr

terça-feira, 20 de julho de 2010

sábado, 10 de julho de 2010

Mulheres que Desaparecem

Déa Paulino

Flavia Cremonesi

Maira Begalli

Todos os dias somos bombardeados por imagens iconofágicas que seduzem, atraem, sugam
atenções. Imagens que na maioria das vezes estão relacionadas a estilos de vida
inacessíveis, entretanto, evangelizados pela troca da mais valia do trabalho. Imagens, mensagens que ilustram, endossam sonhos de status de bens intangíveis, beleza, riqueza,
prosperidade, viabilizados pelo dinheiro.

A grande maioria dessas imagens se utiliza de mulheres para realizar tal feito. De filmes de
Hollywood a bonecas Barbie -hoje não mais exclusivamente loiras e alvas [1] -existe um
comando zero que mixa algumas leis rígidas da estética: pele brilhante, cabelos sedosos,
magreza, cinturas e pernas finas, quadril e seios grandes (CAMBRIDGE DOCUMENTARY FILMS, 2010).

E cada vez mais, um número maior de jovens mulheres belas se submetem a procedimentos
para modificarem suas aparências em busca de externalizar o "eu" perfeito. Um caso que
exemplifica a "tendência": Heidi Montag atriz de 23 anos. "I'm living in my skin, and I look
in the mirror and it's my career and my life, and you only have one. So, I want to take
advantage of everything and be the best me, in and out, every way" (NUDD, 2010).

Aspirante a cantora, Heidi estampou a capa da revista People de fevereiro de 2010 com suas
dezenas de procedimentos para, segundo ela, revelar o "the best me" (GARCIA, 2010).

"Heidi Montag antes e depois"

GARCIA, 2010

Na busca desse arquétipo mais-que-perfeito, muitas mulheres "trocam de identidade",
alteram sua forma natural, construindo avatares daquilo que acreditam que podem ser. Uma
busca constante, por vezes, alimentada na cultura fragmentada vigente em raízes plásticas
enterradas, que certas vezes levam à escolhas equivocadas que contrariam o self de algo
mais profundo. Um cenário de ilusões no qual se acredita que o dinheiro pode preencher
vazios e edificar vidas.

Muitas dessas mulheres, também acreditam que suas "belezas sempre intactas" vão
proporcionar fama. Fama que lhes rendera reconhecimento, aceitação e no final do ciclo
dinheiro para comprar coisas, comprar sonhos [ver 2].

O velho truque de se deixar seduzir pela tal "Carruagem Dourada", por degraus ilusórios, da
escadaria de um castelo que não existe. Afinal há algo na fome que nos priva o raciocínio e
cria seres funcionais-superficiais [ver 3 e 4]. Mulheres que desaparecem, se perdem em suas
imagens privando-se de alimento, afeto, relacionamentos.

Mas, o que desapereceu? Os instintos, a conexão com o intuitivo herdado de gerações
ancestrais, de mulheres selvagens conectadas com a natureza, com sua própria natureza.

Na Floresta

GIBRAN, 2010

"Quando se ignora a natureza selvagem da mulher e a julgamos pelo que ela aparenta ser,
pode-se vir a ter uma grande surpresa, pois, quando a natureza primitiva da mulher emerge
das profundezas e começa a se afirmar, é freqüente que ela tenha interesses, sentimentos e
idéias muito diferentes dos que manifestava antes" (ESTÉS, 1992).

Assim as mulheres, nós mulheres, nos perdemos em meio aos ciclos. Afinal já não os
reconhecemos. São os novos ritos de passagem sob um vazio de significados dos anseios
femininos, dos movimentos que criam e morrem. A estudante Geyse Arruda -conhecida
como a "garota de vestido rosa da UNIBAN" - vivenciou esses ritos [ver 5].

Da menina com curvas acentuadas e roupinhas curtas, passou para mulher repaginada,
financiada por uma proposta solidária de mutirão, de clientes de um salão de cabeleireiro de
luxo. Seis mulheres ratearam o valor de sua transformação o equivalente a R$ 32 mil reais
em 'solidariedade' [ver 6].

Ainda, muitas mulheres passaram a conciliar com suas rotinas práticas físicas que tem
resultado em modificações corporais latentes. Atividades que lhes exigem disciplina na
alimentação e nos treinos [ver 7]. Tais mulheres também desaparecem, na sua figura frágil
que precisa ser acolhida e protegida para um arquétipo guerreiro e não brutalizado.

Re-estética Feminina

REVISTA ÉPOCA, 2010

A ausência dos sentimentos mais profundos de uma mudança mais complexa extingui
continuamente a luz do belo-invisível. Uma forma dolorosa de vida latente, que apresenta-se
fugaz e cruel. Ciborgues reféns da estética que obedecem um sistema de valores tão
desprovido de vida que sofrem uma perda extrema de vínculo com a alma" (ESTÉS,
1992).

Do outro lado, faz-se necessário conhecer os arquétipos do self, do novo feminino. E, assim
recordar os instintos ancestrais, afiá-los, trazer à luz a intuição, os elos perdidos que foram colocados a venda em prateleiras vulgares da nossa sociedade, inventar novos mitos [ver 8].

Trata-se de construção e adaptação de corpos, almas, avatares. O raqueamento do "eu" de
mulheres ciborgues: "é uma questão de ficção e experiência vivida que muda o que conta
como a experiência das mulheres no século XX" (HARAWAY, 2010).

O poder do corpo e o PODER no corpo: possibilidades

Podemos considerar o corpo um sensor instintivo, uma rede de informações. Através
do corpo enviamos mensagens pelas quais comunicamo-nos com o mundo. Através da
comunicação entre os sistemas do corpo entramos em contato com a nossa verdadeira
história. A mulher plastificada, sacrificada, pede socorro. Clama por atenção por ignorar
aquilo que desconhece.

Nossas ancestrais eram consideradas belas não pelos seios siliconados ou pelo baixo peso
que faz as mulheres, por assemelharem-se aos cabides, sentirem-se melhores em suas
roupas caras. As mulheres que nos antecederam, e que ainda guardamos instintivamente na
memória do inconsciente, valorizavam o poder cultural no corpo em detrimento do poder do
corpo - que torna-se cada vez mais raro.

Sentiam-se – e eram – atraentes pelas formas, avantajadas ou não, através das quais
reconheciam-se mulheres; pelo modo de sorrir e caminhar; pelo movimento discreto dos
quadris; pela leveza e intimidade de seus corpos com a dança, e, principalmente, por serem
conscientes de que com esses corpos, que hoje poderiam ser considerados “imperfeitos”,
eram seres criadores, capazes de gerar e nutrir vidas ou multiplicarem-se através da arte.

No mundo contemporâneo que, sobretudo nas metrópoles, nos afasta cada vez mais daquilo
que convencionou-se denominar “natureza” – as paisagens, rios, plantas e animais -, as
mulheres afastaram-se também da natureza feminina. Atravessamos o “Ser ou não ser”
shakespeareano, para vivermos de acordo com o “Parecer ser”, que rege a sociedade atual.

As mulheres mutiladas e/ou sacrificadas em nome do poder do corpo ignoram que, mesmo
distantes da floresta, permanecem árvores. Seremos sempre nutridas pelas vozes de nossas
ancestrais, sábias, que viveram em corpos semelhantes àqueles que nos definem como
mulheres -e que deveriam transformar-se com o tempo e a experiência, não como
experimento.

Caberá às árvores, hoje dolorosamente esculpidas em formas ressequidas de valores e
desprovidas de flores e frutos -que lhe dariam, além da beleza real e suas idiossincrasias,
a utilidade -adaptarem-se ao meio em que vivemos. Silenciosas, nossas raízes suplicam por
cuidado enquanto exploram as profundezas do solo ainda fértil.

Tornando-se consciente do poder que existe no corpo, do poder que é nutrido pelas
lembranças instintivas e ancestrais, a mulher estará diante da possibilidade de tornar-se
senhora de si. A natureza feminina, mesmo relegada, não nos abandona. A árvore que somos
espera ser força e folhagens verdes. Pretende ser sombra acolhedora e sementes para as
gerações que nos sucederão.

A força que existe nas raízes que nos torna árvores frondosas é como um tesouro que
precisa, e quer, ser encontrado; um tesouro que não é fácil ou óbvio como cirurgias, dietas e exercícios, mas que, por ter valor inestimável, acaba revelando, e transmitindo, o que há de melhor em todas nós.


Notas

[1] http://30ealguns.com.br/2010/02/barbies-negras/
[2] http://srtabia.com/2010/02/mulher-e-midia-salario-twitess-edredon-etc/
[3] http://vejasp.abril.com.br/revista/edicao-2152/o-duro-caminho-de-sabrina-sato-rumo-fama
[4] http://vejasp.abril.com.br/revista/edicao-2152/sabrina-sato-300-000-reais-por-mes-com-ar-de-eterna-bobinha
[5] http://colunas.epoca.globo.com/mulher7por7/2009/12/01/a-transformacao-de-geisy/
[6] http://colunas.epoca.globo.com/mulher7por7/2009/12/16/geisy-arruda-ganhou-cirurgia-de-r-32-mil/commentpage-64/
[7] http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI121559-15228,00-A+BELEZA+DA+FORCA.html
[8] http://imaginarios.net/dpadua/?p=254

Referências Bibliográficas

CAMBRIDGE DOCUMENTARY FILMS. Killing us Softly. 1987. Disponível em http://www.tvlinks.
eu/display.php?data=Mjg3NDQ0. Acessado em 20 de janeiro de 2010.

ESTÉS, Clarissa Pinkola. Mulheres Que Correm Com os Lobos: Mitos E Historias do
Arquétipo da Mulher Selvagem. Coleção Arco do Tempo. 9ª Edição. Editora Rocco: Rio
de Janeiro, 1992.

GARCIA, Jennifer. PEOPLE MAGAZINE: Heidi Montag: Addicted to Plastic
Surgery.Publicado em 13 de janeiro 2010. Disponível em http://www.people.com/people/
article/0,,20336472,00.html. Acessado em 19 de fevereiro de 2010.

GIBRAN, Khalil Gibran. Na Floresta. Publicado em 20 de agosto 2009. Disponível em
http://www.youtube.com/watch?v=4gIwWMMgURY. Acessado em 11 de fevereiro de 2010.

HARAWAY, Donna. A Cyborg Manifesto: Science, Technology, and Socialist-Feminism
in the Late Twentieth Century. in Simians, Cyborgs and Women: The Reinvention of
Nature. Rotledge: New York, 1991, p.149-181. Disponível em http://www.stanford.edu/
dept/HPS/Haraway/CyborgManifesto.html. Acessado em 19 de fevereiro de 2010.

NUDD, Tim. PEOPLE MAGAZINE: Heidi Montag: My Surgeries Aren't an Addiction.
Publicado em 19 de janeiro 2010. Disponível em http://www.people.com/people/article/
0,,20337744,00.html. Acessado em 19 de fevereiro de 2010.

REVISTA ÉPOCA. A Beleza da Força. Publicado em 12 de fevereiro 2010. Disponível em
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/1,,EMI121711-17445,00.html. Acessado em
15 de fevereiro de 2010.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

As árvores!

Urbanesas



"O vídeo-arte Urbanesas é senão um registro, uma extensão do pulso cênico em linguagem audiovisual. Eis o que me toca:

Tecidas à barro, e com as suas próprias mãos, cuidadosamente, tecidas. Todos os corpos e também as suas tranças ungidas à barro. Mulheres ou anjos vestidas em finos tecidos de branco. Tecidos bordados em rendas. Nem mulheres nem anjos: devir-árvores-partidas. Três almas vivas ressurgem, num breve retorno da morte. Ao invés delas, só a fineza do concreto é que nos dava matéria aos olhos, à humana natureza em nossos poros.

Em seus dedos brotam flores pequenas. Mas as pequeninas flores são brutas. Flor por flor na superfície palpável do mundo, jardins suspensos por mãos dançarinas. Um artifício do desejo, e ele aqui é toda a paisagem, embalado por memórias em fuga.

Em passos lentos, ruídos, surgem as urbanesas no Porto da Barra. Atravessam a faixa de pedestre, lapso de outro tempo no trânsito, miragem. Enquanto elas, as buzinas e as obras. Ônibus, tratores, placas e poemas. Por um instante os martelos descansam. A cidade, contudo, não pára, mesmo frente ao insólito encontro, à substância imprevisível que lhe toca, névoa efêmera de vida.

Também na vigilância instituída das ruas, uma pausa. Uma cena duvidosamente suspeita? Mas o Estado não entende a brevidade, a não ser no assassínio dos menores. Homens de uniforme, perplexos à presença absoluta e furtiva da dança.

Sobre os vestígios dos troncos, por entre os escombros, descalços pés de urbanesas. Tão leves suas azas ao vento. Dançam suas pétalas aos ares, dançarinas que são, urbanesas. Lentos e sutis movimentos, sopram sonhos pelas frestas da rotina. Na faces mórbidas e angelicais de suas damas, a expressão muda da natureza ferida.

Ao fundo da imagem capturada, também os gritos do mar. Nuvens pesadas passeiam. Ao ranger de portas entreabertas, o som...

Troncos de vidas passadas. Brotam flores trazendo Urbanesas. Devagar, aos passos de viúvas negras. Devir de pés e de troncos. Belas sombras de mar e de céu. Aos ventos de flores e véus. Inala a superfície árida, a pele em texturas grosseiras, onde outrora, galhos suspensos, fartas sombreiras.

Parece crepuscular o instante em que também o vídeo se encerra. Douradas luzes que pulsam da tela. As novas estátuas da Barra, são uma aparição de urbanesas. Ligeiras esculturas, perenes ao olhar do cinema. Eis o que me toma: o suspiro breve da cena."
Texto e vídeo recebidos na Lista do Metareciclagem

quinta-feira, 11 de março de 2010

Já dizia Einstein...

Workshop BioDigital: práticas sustentáveis em eventos

A proposta do termo encabeçado por Maira Begalli, fundadora e vice-diretora presidente da Veredas, é criar diretrizes para quem quer optar por ser socialmente responsável na hora de produzir um evento cultural, artístico, corporativo, governamental. Na metodologia do BioDigital são abordadas diversas etapas desse processo, como: alimentação, cenografia, consumo de energia, de água, comunicação, serviços.

* Clique e faça a sua inscrição no workshop

Durante o curso, serão elaborados eventos hipotéticos estimulando os participantes a pensar na sua produção utilizando premissas de BioDigital. No final, as práticas adotadas deverão ser listadas e documentadas junto às reflexões sobre os problemas e ganhos que surgiram ao longo do processo, possibilitando uma discussão sobre a aplicação efetiva dos conceitos.

“A metodologia de BioDigital é aberta, livre, e possível de ser replicada em qualquer localidade. Acreditamos no desenvolvimento de soluções plurais e vocacionais para os desafios que envolvem o meio ambiente, na adoção de princípios colaborativos, na cope(e)ração coletiva.”, explica Maira. A pesquisadora e desenvolvedora de projetos envolvendo novas tecnologias e meio ambiente já aplicou a metodologia em eventos como São Paulo Fashion Week, Campus Party e Seminário Internacional do Fórum da Cultura Digital Brasileira.

O valor do curso varia de acordo com o número de alunos inscritos: R$ 300 por pessoa, se a turma tiver de 2 a 6 participantes; R$ 150, se os interessados subirem para 7 (máximo de alunos: 12).

Workshop BioDigital
Data: 24/03 a 7/04, duas vezes por semana das 19h30 as 21:30
Local: Casa da Cultura Digital
Preço: R$ 300 por participante (pode chegar a 50% deste valor, a depender do número de participantes)
Organizadora: Maira Begalli
Público-alvo: produtores, patrocinadores e idealizadores de eventos governamentais e corporativos.
Inscrições: preencha este formulário

Saiba mais sobre BioDigital: http://culturadigital.br/biodigital/

Bora Metareciclar?

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Bolor tecnológico!



O vídeo já diz tudo!

Na floresta....



Fragmentos que ecoam:

"O saber humano é ilusório, como a serração dos campos que se esvai quando o sol se levanta no horizonte!"

"Conquistador entre nós, é aquele que sabe amar!"

"Dá-me a flauta e canta, o canto é a melhor loucura e o lamento da flauta sobrevive aos ponderados e aos racionais."

"A vontade humana é apenas uma sombra que vagueia no espaço do pensamento e o direito dos homens fenece como folhas de outono."

"Dá-me a flauta e canta, o canto é a força do espírito e o lamento da flauta sobrevive ao apagamento dos sóis."

domingo, 7 de fevereiro de 2010

O homem que cultivava água!

Este post foi copiado na íntegra com a permissão do blog "Tudo sobre plantas"
E não foi a toa que optei por colocá-lo integralmente aqui, basta ler para entender, trata-se de uma história linda de amor, conexão e observação dos padrões da Natureza!
Em brincadeira com uma amiga, também permacultora... eu disse: "O Bill Mollison deve ter feito o curso de permacultura com ele...rsrsrsr" - Ela então caiu na gargalhada e concordou!!
Então, fica o convite para saborear a história:

"Viajando pelo sul da África neste verão (1995) ouvi falar de um homem que cultivava a Água.

Parti à procura sem idéia clara do meu rumo. Me encontrei num ônibus folclórico abarrotado atravessando ruidosamente o interior do sul de Zimbabwe a uns 30 km por hora.

A paisagem era bela: colinas suaves de capim amarelo em terra vermelha, com moitas de arvores retorcidas, às vezes em forma de guarda-chuva. Cochilei até, nove horas depois, chegarmos na região mais seca de Zimbabwe.

Do topo da colina de vegetação semidesértica avistamos uma campina imensa de colinas onduladas cobertas de capim seco e afloramentos de granito; poucas árvores. Lembrei da campina aberta do sudoeste de Arizona. De fato, tudo era coroado por um céu azul límpido como aqueles que do sudoeste árido dos EUA. O ônibus adentrou vagarosamente a capina seca e parou no lugarejo de Zvishavane. Aqui mora o cultivador de água.

Enquanto o sol se punha, procurei um lugar para estender o saco de dormir, e adormeci. Na manha seguinte, peguei carona com a diretora do CARE Internacional. Ela me levou a uma fila de casas térreas. Uma destas era o escritório simples do Projeto de Recursos de água de Zvishavane (Zvishavane Water Resources Project (ZWRP). Lá, na varanda, estava sentado o cultivador de água, lendo a Bíblia.

Na minha chegada ele se levantou com um sorriso enorme e saudações cordiais. Aqui, finalmente, estava Sr. Zephania Phiri Maseko. Ao descobrir a distância que eu percorrera, ele desatou a rir maravilhosamente. Me contou que ultimamente chegam visitantes de todos os pontos do globo, quase diariamente. Mesmo assim, cada um é uma surpresa.

No jipe atravessamos a solavancos as estradas de terra erodidas rumo ao seu sítio, enquanto Sr. Phiri falava, ria, e gesticulava, contando infindáveis analogias e histórias poéticas. A melhor de todas é a dele.

Em 1964 foi dispensado do seu emprego na ferrovia por estar politicamente ativo contra o governo branco rodesiano. O governo alertou que nunca mais trabalharia em nenhuma função. Tendo que sustentar uma família de oito, Sr. Phiri recorreu as duas coisas que tinha: uma propriedade familiar de 3 hectares, e a Bíblia.

Ele não usa a Bíblia somente como guia espiritual - usa como manual de jardinagem. Ao ler a Gênese, viu que tudo de que Adão e Eva precisavam era suprido pelo jardim de Éden. ” Assim”, pensou, “preciso criar meu próprio Jardim de Éden”. Mas se deu conta que Adão e Eva tinham os rios Tigres e Euphrates na sua região. Não tinha nem sequer um riacho intermitente. “Então,” pensou Sr. Phiri, “preciso também criar meus próprios rios. ” Ele fez ambos.

O seu sítio fica nas encostas de uma colina, voltado p/ N-NE (lembrando que este é o hemisfério sul). No topo da colina há um afloramento grande de granito onde a água das enxurradas escorre livremente. A precipitação anual media é de 570 mm ( um pouco acima de 22 polegadas), mas como ele, aponta, é uma média baseada em extremos. Muitos anos são de seca, quando a terra tem sorte se recebe 12 polegadas ( 270 mm) de chuva.

No começo era muito difícil desenvolver as culturas, muito menos lucrar delas, devido às secas freqüentes e falta total de equipamento ou capital para irrigar a partir do lençol freático.

Ele dedicou tempo observando o que acontecia quando de fato chovia. Em pequenas depressões e no lado superior das rochas e das plantas, a umidade do solo durava mais do que em áreas onde a água escoava livremente. Assim começou a auto-educação e o trabalho de coleta de água de chuva. Ao longo de 30 anos Sr. Phiri criou um sistema sustentável que preenche todas as suas necessidades em água, só com a chuva.

“Tem que começar a captação no alto, e sarar as voçorocas jovens antes das velhas e profundas rio abaixo,” diz Sr. Phiri. Começando no topo da divisória de águas ele construiu muros de pedra seca aleatoriamente mas nas linhas de contorno. Tendo funções similares aos gaviões [cestas quadradas de arame preenchidas de rochas utilizadas para captar água e sedimentos em grandes vossorocas, NT ] , estes muros diminuem a velocidade do fluxo de água de tempestades , que atravessa lentamente os espaços entre as pedras. Assim amansa-se o fluxo de água saindo da redoma do afloramento de granito, direcionando-a para reservatórios permeáveis, que, como tudo na propriedade, foram construídas com ferramentas de mão e o suor de Sr. Phiri e suas duas esposas.

O maior dos dois reservatórios ele chama o seu centro de imigração. “É aqui que dou as boas-vindas para a água em minha propriedade e depois a direciono para onde residirá no solo” , ele explica, rindo. “O solo,” explica, “é como uma lata. A lata precisa segurar toda a água. Vossorocas e erosão são como buracos na lata que permitem que a água e a matéria orgânica escapem. Estes precisam ser tapados.” O ” centro de imigração” serve também de medidor de chuva, porque sabe que se encher três vezes durante uma estação, infiltrou chuva suficiente ate o lençol freático para durar dois anos.

O reservatório menor direciona a água via uma manilha para uma cisterna livre de ferro-cimento que alimenta o quintal durante as secas. Tem outra cisterna de ferro-cimento, sombreada por um pé de maracujá luxuriante, que capta a água do telhado. Alem destas duas cisternas , todas as estruturas de captação de água na propriedade visam infiltrar a água no solo o mais rápido possível.

Perto da casa ha uma pia externa onde as águas servidas escoam para uma cisterna subterrânea, forrada de pedras secas, onde a água rapidamente se infiltra. Do topo da divisória de águas ate o fundo existem varias estruturas para a captação de água como represas de retenção, gaviões, terraços, valas de infiltração (”swales”), e “covas de fruição”.

O governo colocou valas de escoamento na região toda muitos anos atrás, mas feitas fora das linhas de contorno, para acabar com a erosão em laminas, levando a água das tempestades para um dreno central. O problema de erosão resolveu-se, mas as terras acabaram sendo roubadas da sua água. Assim, Sr. Phiri cavou grandes “covas de fruição” de 10x6x4 pés no fundo de todas as suas valas. Quando chove, a água enche a primeira cova e o excedente enche o seguinte, continuando assim até os limites da propriedade. Muito depois do fim da chuva, a água continua nas covas, infiltrando no solo.

Em volta das covas capins grosseiros são cultivados para controle de erosão, para cobertura das casas, e venda. Muitas árvores frutíferas vigorosas foram plantadas por Sr. Phiri ao longo dessas valas para fornecer alimentos, sombra, e quebra-ventos. São alimentadas estritamente pelas chuvas e o lençol freático, que vai se aproximando da superfície.

Como Mr. Phiri explica: “Cavo valas e covas de fruição para plantar a água para que possa germinar em outro lugar.” ” Ensinei o meu sistema às árvores,” continua. “Elas entendem-no e à minha linguagem. As coloco aqui e digo ‘Olha, a água esta aqui. Vão a procura.” Nenhuma bacia nem divisória para segurar ou negar a água é colocada em volta delas; as raízes são encorajadas a se esticarem e encontrar a água.

Uma mistura diversa de culturas não híbridas como abóbora, milho, pimenta, beringela, taboa para cestas, tomate, alface, espinafre, ervilha, alho, feijão, maracujá, manga, goiaba, e mamão, juntamente com arvores nativas como matobve, muchakata, munyii, e mutamba são plantadas entre as valas.

Esta diversidade oferece segurança alimentar porque na falha de alguma cultura devido a seca, doença, ou praga, outras sobreviverão. A utilização de culturas não híbridas garante que Mr. Phiri possa colecionar, selecionar, e utilizar as suas próprias sementes de um ano para outro.

Ha uma abundância de plantas fixadoras de nitrogênio. Guandu é um exemplo, e serve também para forragem e cobertura morta. Sr. Phiri percebeu que solos fertilizados quimicamente não infiltram nem seguram água muito bem. Como diz: “Você aplica o fertilizante um ano, e não no ano seguinte, as plantas morrem. Você aplica esterco e plantas fixadoras de nitrogênio uma vez, e as plantas continuam a prosperar vários anos em seguida. Solo fertilizado quimicamente é amargo.”

Os alimentos e as frutas que Mr. Phiri produz estão longe de serem amargos. Ele tem sido generoso na sua abundância, dando mudas de arvores para quem quisesse. Infelizmente, como ele mesmo aponta, a maioria das arvores que ele doa morrem se não foram implementadas as técnicas de coleta de água antes do plantio. Ele propaga as arvores em sacos velhos de arroz e grãos perto de um dos poços a céu aberto no fundo da propriedade.

Ele descreve os poços com outra analogia: “A água é como o sangue — é sempre atraída à ferida. As vossorocas são feridas. O sangue vai até a ferida para saná-la. Se faz com gaviões e valas de infiltração onde a vossoroca se enche de solo fértil.” Com este conhecimento Mr. Phiri cavou três poços no fundo da sua propriedade sabendo que a água coletada no seu terreno se infiltraria no solo e acharia seu caminho até as feridas no fundo da propriedade.

O solo é sua bacia de captação. No tempo da seca, os poços dos vizinhos secam (mesmo os mais profundos do que os dele) mesmo assim os seus poços sempre contêm água “em que posso mergulhar os dedos”, porque ele repõe de longe mais água dentro do seu solo. Com a exceção de um poço que é forrado e munido de uma bomba manual para água de uso doméstico, os outros são forrados com pedras secas. “Estes poços” ele explica, “são aqueles do homem generoso. A água vem e vai como quiser, porque , como você vê, no meu terreno ela se encontra em todo lugar.”

Em tempos de seca severa, Sr. Phiri tira água destes poços para irrigar culturas anuais nos campos vizinhos. Ele utiliza uma bomba conhecida como Shaduf Egipcio, que não passa de uma bomba manual que utiliza um pneu velho de trator para bombear a água. Uma manivela abre e fecha a bexiga (o pneu) como um acordeão, criando a sucção necessária.

Um brejo natural luxuriante se encontra abaixo dos poços no ponto mais baixo da propriedade. Aqui Sr. Phiri pratica piscicultura em três reservatórios. Conforme os dois menores vão secando, os peixes são coletados ou realocados ao grande.

É aqui onde Sr. Phiri instalou uma plantação densa de bananeiras! Terras secas de todo lado, mas na sua propriedade uma floresta de bananeiras! Cana de açúcar, taboa, e capins como capim elefante também são plantadas nos embancamentos para segurar o solo.

O gado se beneficia desta vegetação densa, plantadas para filtrar a água antes que entre no reservatório. Esta forragem nobre é reservada para as vacas prenhas. No começo Sr. Phiri teve de ir a três audiências por violar as leis que proíbem cultivo no brejo. Eram leis do tempo colonial. Finalmente, na terceira audiência, ele conseguiu convencer o juiz a visitar a sua propriedade. Ao ver o trabalho feito, o juiz arquivou a denúncia na hora.

No solo deste sítio fluem os rios “Tigris e Euphrates”; os reservatórios são o local onde afloram. O ciclo do Jardim do Éden do Sr. .Phiri, que começa a ser percebido depois de 30 anos obscuros e às vezes de desprezo, continua a crescer. Das últimas três décadas ele diz: “Claro, é um processo lento, mas é a VIDA. Lentamente implemente os projetos, e conforme a sua vida comece a rimar com a Natureza, logo outras vidas começam a rimar com a sua.”

Em conjunto com a ONG que criou, O Projeto Zvishavane de Recursos Hidricos ele espalha suas técnicas. Influenciou a CARE Internacional na sua região ao ponto que, em vez de distribuir alimentos, eles agora implementam os seus métodos para que as pessoas possam plantar seus próprios alimentos.

Ele tem visitado escolas onde os professores estavam em greve devido à falta d’água e às condições difíceis em sala de aula empoeiradas e sacudidas pelos ventos. Ele ensinou os professores e estudantes a colher a água da chuva, e juntos transformaram as escolas em jardins luxuriantes, eliminando o motivo de greve. “Lembre que as crianças são as nossas flores, “diz Sr. Phiri, “dê-lhes água, que crescem e dão flor.”"

O projeto de Mr. Phiri trabalha localmente (uma grande razão do sucesso) . Mesmo assim o Projeto sempre precisa de fundos. Se você gostaria de ajudar, escreva ao Sr. Zephania Phiri Maseko:

Zepheniah Phiri
The Zvishavane Water Project
P.O. Box 118
Zvishavane, Zimbabwe
Phone: 263 51 3250

GerminAções!

A artista e ativista ambiental Floriana Breyer espalha vegetação nos viadutos de São Paulo, como forma de expressão de sua arte, movimento, ação!

Um meio de poetizar a sustentabilidade!

Vale muito a pena conferir o vídeo deste blog:
http://estudodecasa.blogspot.com/2009/05/laboratorio-de-sustentabilidade.html
Nele, Floriana apresenta a reestruturação que implementou em seu apartamento, ótimas idéias inclusive para Ctrl-C / Ctrl-V !!!

Forma do som!

O engenheiro acústico Mark Ficher utilizou uma fórmula matemática utilizando a técnica conhecida como “wavelet transformation” para dar forma aos sons de baleias e golfinhos!
O trabalho rendeu imagens fantásticas, que fortalecem o sentido de uma frase que ouvi de um professor de permacultura "o Brock" no IPC8 (8th International Permaculture Conference and Convergence) que ocorreu aqui no Brasil em 2007, que diz assim:
"A forma é o envelope da pulsação" - isso é exatamente o que esse método matemático fez, mostrar o envelope!



A primeira imagem digital de Mark Ficher é o som de um Golfinho Pintado do Atlântico (Stenella frontalis) e a segunda de uma Falsa Orca (Pseudorca crassidens), ambas produzidas em 2008.
Mais imagens aqui: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,GF79346-17578-0,00.html#fotogaleria=6

sábado, 23 de janeiro de 2010

Dois lados de uma mesma moeda....

Recebi um email de um amigo que está circulando pela net (sem autor e tals), se não fosse lógico poderia dizer: é um spam... mas como é coerente a reflexão, decidi postar aqui...

"Outro dia, entrei num supermercado para comprar orégano e adquiri uma embalagem (saquinho) do produto, contendo 3 g, ao preço de R$1,99.
Normalmente esse tipo de produto é vendido nos supermercados em embalagens que variam de 3 a 10 g. Cheguei em casa e resolvi fazer os cálculos e constatei que estava pagando R$663,33 pelo kg do produto. Será que uma especiaria vale tudo isso ? Agora, com mais este exemplo abaixo de produtos vendidos em pequenas porções, fico com a sensação que as indústrias se utilizam "espertamente" desse procedimento para desorientar o consumidor, que perde totalmente a percepção real do valor que está pagando pelos produtos.
Acho que todos os fabricantes e comerciantes, deveriam ser obrigados por lei (mais uma?) a estamparem em locais visíveis, os valores em kg, em metro, em litro e etc. de todas e quaisquer mercadorias com embalagens inferiores aos seus padrões de referência.
Entendo que todo consumidor tem o sagrado direito de ter a percepção correta e transparente do valor cobrado pelos fabricantes e comerciantes em seus produtos."

"Vejam o absurdo: Você sabe o que custa quase R$ 13.575,00 o litro ?
Resposta: Tinta de Impressora!
Você já tinha feito o cálculo?"

"Veja o que estão fazendo conosco. Já nos acostumamos aos roubos e furtos, e ninguém reclama mais. Há não muito tempo atrás, as impressoras eram caras e barulhentas. Com as impressoras a jatos de tinta, as impressoras matriciais domésticas foram descartadas, pois todos foram seduzidos pela qualidade,velocidade e facilidade das novas impressoras.
Aí, veio a "Grande Sacada" dos fabricantes: oferecer impressoras cada vez mais e mais baratas, e
cartuchos cada vez mais e mais caros. Nos casos dos modelos mais baratos, o conjunto de cartuchos pode custar mais do que a própria impressora.
Olhe só o cúmulo: pode acontecer de compensar mais trocar a impressora do que fazer a reposição de cartuchos."

VEJA ESTE EXEMPLO:

"Uma HP DJ3845 é vendida, nas principais lojas, por aproximadamente R$170,00..
A reposição dos dois cartuchos (10 ml o preto e 8 ml o colorido), fica em torno de R$130,00.
Daí, você vende a sua impressora semi-nova, sem os cartuchos, por uns R$ 90,00 (para vender rápido). Junta mais R$ 80,00, e compra uma nova impressora e com cartuchos originais de fábrica. Os fabricantes fingem que nem é com eles; dizem que é caro por ser "tecnologia de ponta". Para piorar, de uns tempos para cá passaram a DIMINUIR a quantidade de tinta (mantendo o preço).
Um cartucho HP, com míseros 10 ml de tinta, custa R$ 55,99. Isso dá R$ 5,59 por mililitro.
Só para comparação, a Espumante Veuve Clicquot City Travelle custa, por mililitro, R$ 1,29. Acrescentando: as impressoras HP 1410, HP J3680 e HP3920, que usam os cartuchos HP 21 e 22, estão vindo somente com 5 ml de tinta!
A Lexmark vende um cartucho para a linha de impressoras X, o cartucho 26, com 5,5 ml de tinta colorida, por R$75,00.
Fazendo as contas: R$75,00 / 5.5ml = R$ 13,63 o ml. > R$13,63 x 1000ml = R$ 13.636,00"

"Veja só: R$ 13.636,00 , por um litro de tinta colorida. Com este valor, podemos comprar, aproximadamente:

* 300 gr de OURO;

* 3 TVs de Plasma de 42';

* 1 UNO Mille 2003;

* 45 impressoras que utilizam este cartucho;

* 4 notebooks;

* 8 Micros Intel com 256 MB."

Pense nisso!

Tudo isso sem dizer da obsolescência programada, obsolescência perceptiva, venda casada e tals...
mas para fazermos uma reflexão em que ponto chegamos com a Política do "consumismo", veja este vídeo que mostra também um outro lado da mesma moeda...



Avalie e veja como você consegue se libertar armadilhas do consumo.... pelo menos o quanto consegue, afinal não é tão simples, digo de cadeira ;)

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Amadurecência

A poesia prevalece!!!
O primeiro senso é a fuga.
Bom...
Na verdade é o medo.
Daí então a fuga.
Evoca-se na sombra uma inquietude
uma alteridade disfarçada...
Inquilina de todos nossos riscos...
A juventude plena e sem planos... se esvai
O parto ocorre. Parto-me.
Aborto certas convicções.
Abordo demônios e manias
Flagelo-me
Exponho cicatrizes
E acordo os meus, com muito mais cuidado.
Muito mais atenção!
E a tensão que parecia não passar,
"O ser vil que passou pra servir...
Pra discernir..."
Pra harmonizar o tom.
Movimento, som
Toda terra que devo doar!
Todo voto que devo parir
Não dever ao devir
Não deixar escoar a dor!
Nunca deixar de ouvir...

com outros olhos!

Composição: Fernando Anitelli

sábado, 9 de janeiro de 2010

A poluição não te afeta???

Um Engenheiro conta história para o filho dormir

O filho quer dormir e pede ao pai ( Engenheiro) para contar uma história. Ele conta a dos três porquinhos.
"Meu Filho, era uma vez três porquinhos, P1, P2 e P3, e um Lobo Mau, por definição, LM, que os vivia atormentando.
P1 era sabido e já era formado em Engenharia. P 2 era arquiteto e vivia em fúteis devaneios estéticos, absolutamente desprovidos de cálculos rigorosos. P3 fazia Estilismo e Moda.
LM, na Escala Oficial da ABNT para medição da Maldade (EOMM), era Mau nível 8,75 (arredondando a partir da 3ª casa decimal para cima). LM também era um mega investidor imobiliário sem escrúpulos e cobiçava a propriedade que pertencia aos Pn (onde 'n' é um número natural e varia entre 1 e 3), visto que o terreno era de boa conformidade geológica e configuração topográfica. Mas, nesse promissor perímetro, P1 construiu uma casa de tijolos, sensata e logicamente planejada, toda protegida e com mecanismos automáticos.
Já P2 montou uma casa de blocos articulados feitos de mogno, que mais parecia um castelo lego tresloucado. Enquanto P3 planejou no Autocad e montou ele mesmo, com barbantes e isopor como fundamentos, uma cabana de palha com teto solar, e achava aquilo 'o máximo'.
Um dia, LM foi até a propriedade dos suínos e disse, encontrando P3: - 'Uahahhahaha, corra, P3, porque vou gritar, e vou gritar e chamar o CREA para denunciar sua casa de palha projetada por um formando em Comunicação e Expressão Visual!' Ao que P3 correu para sua amada cabana, mas quando chegou lá os fiscais do CREA já haviam posto tudo abaixo. Então P3 correu para a casa de P2. Mas quando chegou lá, encontrou LM à porta, batendo com força e gritando: 'Abra essa porta, P2, ou vou gritar, gritar e gritar e chamar o Greenpeace, para denunciar que você usou madeira nobre de área não-reflorestada s e areia de praia para misturar no concreto.' Antes que P2 alcançasse a porta, esta foi posta abaixo por uma multidão ensandecida de eco-chatos que invadiram o ambiente, vandalizaram tudo e ocuparam os destroços, pixando e entoando palavras de ordem.
Ao que segue P3 e P2 correm para a casa de P1. Quando chegaram na casa de P1, este os recebe, e os dois caem ofegantes na sala de entrada.
P1: 'O que houve?'
P2: - 'LM, lobo mau por definição, nível 8.75, destruiu nossas casas e desapropriou os terrenos.'
P3: - 'Não temos para onde ir. E agora, que eu farei? Sou apenas um formando em Estilismo e Moda!' Tum-tum-tum- tum-tuuummm! !!! (isto é somente uma simulação de batidas à porta, meu filho! o som correto não é esse.)
LM: - 'P1, abra essa porta e assine este contrato de transferência de posse de imóvel, ou eu vou gritar e gritar e chamar os fiscais do CREA em cima de você!!! e se for preciso até aquele tal de CONFEA.'
Como P1 não abria (apesar da insistência covarde do porco arquiteto e do...do... estilista), LM chamou os fiscais. Quando estes lá chegaram, encontraram todas as obrigações e taxas pagas e saíram sem nada argüir.
Então LM gritou e gritou pela segunda vez, e veio o Greenpeace, mas todo o projeto e implementação da casa de P1 era ecologicamente correta. Cansado e esbaforido, o vilão lupino resolveu agir de forma irracional (porém super comum nos contos de fada): ele pessoalmente escalou a casa de P1 pela parede, subiu até a chaminé e resolveu entrar por esta, para invadi-la.
Mas quando ele pulou para dentro da chaminé, um dispositivo mecatrônico instalado por P1 captou sua presença por um sensor térmico e ativou uma catapulta que impulsionou, com uma força de 33.300 N (Newtons), LM para cima com uma inclinação de 32,3° em relação ao solo.
Este subiu aos céus, numa trajetória parabólica estreita, alcançando o ápice, onde sua velocidade vertical chegou a zero, a 200 metros do chão.
Agora, meu filho, antes que você pegue num repousar gostoso e o Papai te cubra com este edredom macio e quente, admitindo que a gravidade vale 9,8m/s², calcule:
a) a massa corporal do lobo.
b) o deslocamento no eixo 'x' do lobo, tomando como referencial a chaminé.
c) a velocidade de queda de LM quando este tocou o chão (desconsidere o atrito pela resistência do ar).

Boa noite!"

Na roda...

“Nós nos acostumamos com facilidade à preguiça da mente, sobretudo porque muitas vezes essa preguiça se esconde sob a aparência de atividade: corremos de um lado para outro, fazemos cálculos e damos telefonemas. No entanto, tudo isso ocupa apenas os níveis mais toscos e elementares da mente. E oculta o que existe de essencial em nós.” (Dalai Lama, O Livro de Dias, Sextante)