segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Fragmentos Florestais e as Espécies

Em uma matéria publicada no site Ambiente Brasil, um estudo aponta para redução de espécies de palmeiras em fragmentos florestais.
As palmeiras, árvores que carregam diversas qualidades, já foi símbolo e nome de nosso país, sendo chamado Pindorama, que em tupi significa "Terra das Palmeiras", certamente há muito mais espécies de palmeiras que espécies de Pau-Brasil no território nacional!
Deixando questões simbólicas para outras discussões, o fato do decaimento do números de palmeiras nos fragmentos florestais é uma questão para se precupar e principalmente avaliar maneiras de frear esse processo, pois muitas espécies dependem dela, pois devido a grande variedade de espécies de palmeiras, quantidade de produção e duração dos frutos destas plantas no decorrer do ano, acabam provendo alimentação rica em nutrientes para muitos animais, inclusive em períodos de escassez de outros frutos na mata.
Para um admirador e amante de palmeiras que conheci há uns anos atrás, as palmeiras no planejamento paisagístico possui tantas qualidades quanto na mata, pois sua forma e tamanho se faz perceber de longe na cidade, inclusive sendo visível do alto dos morros, por cima dos viadutos; além disso podem ser agrupadas sem que se perca a transparência, em uma praça conseguimos ver as pessoas que passam ao lado ou atrás delas, sem dizer a fonte de alimentos para que pássaros retornem à cidades, entre outras....
Pois é, possui muitas qualidades, mas na mata, para que mantenha a sobrevivência de suas gerações depende de leis naturais que neste caso é a coexistência (e o homem, apesar de ignorar este fato, também é regido por elas), ou seja as espécies dependem umas das outras, das relações entre elas e das relações com o espaço, e um impacto em qualquer um destes seres ou espaços, balança a rede, podendo desequilibrar todo um sistema.
No caso dos fragmentos florestais, isso é muito fácil, dado que animais do topo da cadeia alimentar não conseguem sobreviver em espaços pequenos, e a ausência destes desequilibram todo o sistema.
E pelo que sugere os estudos citados na matéria do site Ambiente Brasil, é exatamente isto que está ocorrendo com as palmeiras.
Os coquinhos (nome popularmente dado aos frutos das palmeiras) antes de caírem são atacados por besouros, que se alimentam das sementes do estágio larval até virarem adultos, e um grande número destes frutos são atacados.
As cotias e os esquilos, são os animais responsáveis por salvarem algumas sementes e levá-las para longe da planta mãe. Ao carregarem os frutos, acabam enterrando alguns para se alimentarem posteriormente e acabam esquecendo, fazendo assim o importante papel de dispersores destas espécies.
Porém a cotia está perdendo território com a fragmentação florestal, e ela precisa de no mínimo 5 hectares de mata para sobreviver, o que acaba muitas vezes (somando a grande procura deste animal por caçadores) excluindo estes animais dos "restos florestais", e consequentemente levando espécies como as palmeiras, ao declínio.
O equilíbrio das relações florestais dependem direta e indiretamente da interferência humana, ou seja da inteligência ou da ignorância de nossa espécie.