quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Finalmente a prática!?!?

Desde 30 de junho de 1999, vigora a Resolução Nº257 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), que resolve que todas as pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos, deverão ser entregues pelos usuários aos estabelecimentos que as comercializam ou à rede de assistência técnica autorizada pelas respectivas indústrias; o objetivo é que ao repassar o material para os fabricantes ou importadores, estes direcionem os resíduos para reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final ambientalmente adequada.
Porém, isso não ocorria de fato!, muitas lojas que vendem pilhas e baterias e assistências técnicas nem tinham conhecimento dessa resolução, além deste fato, muitas empresas fabricantes fazem "vista grossa" para a questão.
Já se passaram 9 anos e não vimos essa resolução ser colocada em prática...
Porém, ontem... o Diário Oficial da União publicou a
resolução nº 401 que estabelece os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e baterias comercializadas no território nacional e os critérios e padrões para o seu gerenciamento ambientalmente adequado.
O prazo é de dois anos para que os pontos de vendas de pilhas e baterias de todo país se adapte para oferecer aos consumidores postos de coleta, e posteriormente encaminhar os resíduos para as indústrias de produção, onde deverão ser recicladas ou destinadas à aterros especiais.
Outro ponto importante que deve ser colocado em prática com esta resolução é a publicidade, que deverá constar de forma clara as informações de composição dos materiais, bem como da periculosidade dos componentes tóxicos, também da forma correta de descarte.
Será que agora poderemos colocar isso em prática?


Resolução Nº 257, de 30 de junho de 1999.

Minha rua, minha casa - meu desafio!


No dia 30 de outubro, tive a grande oportunidade de conhecer uma instituição chamada "Minha rua, minha casa", espaço destinado à dar condições de reinserção
da população de rua na sociedade.
O espaço, situado literalmente "debaixo da ponte".... é localizado no viaduto do Glicério, onde há uma estrutura mínima para receber a população de rua. Por lá eles podem se alimentar, tomar banho, fazer cursos, serem encaminhados ao médico, dentista e trabalho.
Além disso, como associados, podem desenvolver trabalhos físicos na instituição que lhes rendem a moeda local, chamada "Miruca" (também podem trocar garrafas pet's que retiram das ruas pela moeda!!!), pois lá eles trabalham com economia solidária e feira de trocas, onde acabam gastando suas mirucas em roupas e alimentos!
Foi uma oportunidade incrível ver o que está acontecendo por aquelas bandas!, já introduziram uma composteira (onde todo alimento orgânico vira adulbo!) e também um minhocário... do chorume é feito biofertilizante!!!!
Também já construíram um sistema de captação de água da chuva, que é tratado com zonas de raízes e depois vira água para limpeza e rega de um grande jardim que há por lá!, há também o embelezamento, que além das plantas e arte, iniciaram também pinturas com tinta de terra!
Enfim, quem quiser dar um pulo por lá pra conferir de perto esse trabalho, entre em contato com a associação, tem uma pessoa por lá que é uma grande amiga - a Márcia!, que certamente receberá visitas com alegria!!!
Mas tudo isso pra dizer que fui lá, fazer uma conversa com os moradores de rua sobre lixo eletrônico e metareciclagem!
A princípio um grande desafio, pois sempre fiz oficinas, palestras, rodas.... enfim conversas sobre lixo e consumismo, porém do ângulo de quem está neste lugar, de consumo, é claro que dentro do possível de maneira crítica. Mas falando de uma certa maneira, uma língua da qual entendo bem.
Agora, discutir esses aspectos para quem está no outro lado da cadeia produtiva, isso sim, pra mim seria um desafio importante e que já imaginava o quanto somaria para meus conhecimentos, seja como profissional, seja como indivíduo!
Antes de encontrá-los refleti muito a respeito, pois não queria que minha linguagem pudesse de alguma maneira ofendê-los ou fazer com que se sentissem ainda mais oprimidos, pois muitos deles, devido às condições que vivem são muito sensíveis, alguns melindram facilmente, outros são agressivos, porém felizmente não tive qualquer problema.
Foi aí que decidi passar um vídeo "A história das coisas". Participaram da conversa cerca 20 pessoas, sendo 99% homens de todas as idades.
Iniciei o papo fazendo um breve comentário do objetivo da conversa e do vídeo, passei o vídeo e iniciamos uma discussão sobre tecnologia, seus avanços, pontos positivos e os nem tanto assim..., lixo eletrônico e lixo em geral, porém da visão de quem está do outro lado da cadeia, do lado de quem é excluído da sociedade, principalmente pelo motivo de não contribuírem com o consumo (infelizmente... principal objetivo de grande parte da sociedade capitalista), de quem está do lado do lixo, vive no lixo e muitas vezes do lixo. Nesse papo, muito mais ouví que falei, estava mesmo no lugar de aprendiz.
Foi de grande importância essa conversa, aprendi muito com eles e juntos visualizamos possibilidades de metareciclagem, possibilidades de um novo esporo!
Eles já receberam uma doação de computadores usados, ainda não sabemos o estado delas, mas marcaremos para a próxima semana uma oficina de metareciclagem, onde começaremos a história, trabalhando para recuperar os computadores, instalar software livre, enfim tudo mais que metareciclagem pode proporcionar, inclusive metarobôs se for de interesse geral!!!
A idéia inicial é que eles montem um laboratório em rede com computadores reciclados e possam aprender, apropriar a tecnologia e talvez, mais lá na frente... quem sabe!, ganhar dinheiro com isso!
Todos gostaram bastante da idéia e se estimularam, inclusive... um dos participantes, rapaz jovem, já possui conhecimentos de montagem e desmontagem de hardware e instalação de software!, de grande auxílio na empreitada!!!
Enfim, concluindo porque este post já ficou imenso!
Feliz em compartilhar disso!